quinta-feira, agosto 24, 2006

Transporte de Kayaks

Para os efeitos do Regulamento de Autorizações Especiais de Trânsito (de acordo com a alínea b) do n.º1 do art.º 25º, da Portaria n.º 387/99 de 26 de Maio), estão autorizados a circular veículos ligeiros de caixa fechada que transportem objectos indivisíveis (para este caso, kayak's) que, pelas suas dimensões, não se contenham na caixa do veículo, desde que não sejam excedidas as seguintes dimensões:
- Em comprimento, 550 mm para a frente e 450 mm para a retaguarda, além do contorno envolvente do veículo;
- Em largura, a do veículo;
- Em altura, 4 m a contar do solo;
De acordo com o do n.º 2 do art.º 25º, da referida Portaria, os veículos a que se refere a alínea b) do número anterior estão dispensados do uso do painel P2, devendo os limites da carga ser sinalizados com o painel P1 ou com luzes delimitadoras.

terça-feira, agosto 22, 2006

Esquimotagem - Técnicas de Autoresgate

Introdução:
A capacidade de "dar a volta" no kayak depois de virar é provavelmente a primeira e a mais importante técnica de autorresgate na canoagem. Existem dois estilos básicos de esquimotagem: com apoio alto e com apoio baixo e um sem fim de variantes de um e outro estilo (esquimotagem dinâmica, esquimotagem retardada, esquimotagem de popa, etc.). A escolha do tipo de esquimotagem a utilizar depende das preferências do canoísta e das condições do meio onde se virou (mar, rio, lago/barragem, etc.) e o tipo de kayak que estamos a utilizar (kayak de mar, águas bravas, passeio, kayak-pólo, etc.).)

Conceitos:
Para efectuar de forma segura e eficaz a esquimotagem é fundamental ter em mente estes quatro conceitos:
1. Colocação: Não se pode iniciar a esquimotagem sem se ter colocado previamente na posição inicial:

2. Apoio: A pá de apoio da pagaia tem de estar paralela à superfície para "agarrar" a água e oferecer um apoio sólido.





3. Perpendicularidade: O apoio máximo da pá na superfície da água dá-se no momento em que a pagaia está completamente perpendicular à linha do kayak. Prolongar o varrimento da pagaia até à popa ou ré pode provocar uma luxação no ombro.

4. Ancas: A rotação das ancas no sentido perpendicular à linha do kayak é 90% da esquimotagem. Este movimento terá de ser suave e ao mesmo tempo enérgico para conseguir que o kayak volte à sua posição natural.




Estilos de Esquimotagem
Dentro da grande variedade de estilos de esquimotagem que existem, neste artigo só se abordarão os dois tipos mais conhecidos e "eficazes", tanto pelo tempo de preparação dos mesmos como pela sua execução. Também se abordarão as técnicas para realizar a esquimotagem numa situação real, tanto no rio como no mar. Ter-se-á de relembrar que a esquimotagem é algo de muito pessoal e, que o estilo que melhor se adapta a alguém pode ser totalmente inadequado para outro. Cada canoísta deve desenvolver uma esquimotagem controlada, simples de executar e que lhe inspire confiança. A melhor esquimotagem é aquela que vira o kayak de volta à sua posição inicial.


Esquimotagem de apoio alto:

1. O canoísta adopta a posição inicial de esquimotagem.
2. Efectua um varrimento de 90º com a pagaia até alcançar a perpendicular e conseguir o apoio da pá na superfície da água.
3. Inicia a rotação das ancas apoiando-se na pagaia para rodar o kayak. A CABEÇA É A ÚLTIMA PARTE DO CORPO A SAIR.
4. Roda-se a pagaia para colocar a pá na posição normal de remada.
5. O canoísta coloca-se na posição normal de remada e reequilibrase.
6. Conclusão da manobra

Esquimotagem de apoio baixo:

1. O canoísta coloca-se na posição inicial de esquimotagem.
2. Efectua um varrimento de 90º com a pagaia até alcançar a perpendicular e conseguir o apoio da pá na superfície da água.
3. Inicia a rotação das ancas apoiando-se na pagaia para rodar o kayak mas mantém a cabeça junto ao casco do kayak.
4. Completa a manobra com um apoio baixo da pagaia na água e com o tronco junto ao casco do kayak.


Mudança de lado:

Normalmente efectuamos a esquimotagem pelo lado que temos maior probabilidade de êxito ou mais confiança mas existem situações derivadas da hidrografia do rio em que convém fazer a mudança de lado da esquimotagem (buracos, paredes, correntes fortes, rolos, etc.).


Esquimotagem dinâmica:

Esquimotagem dinâmica: Trata-se de uma variante da "Esquimotagem de apoio alto". Na esquimotagem dinâmica, o canoísta vira propositadamente (ou sem querer) e volta à superfície sem perder o impulso para a frente. A esquimotagem dinâmica é muito útil em qualquer situação que necessite de velocidade em linha recta (por exemplo: ao aproximar-se de um grande rolo ou uma onda).

Quando sentires que estás a virar inicia rapidamente a esquimotagem na mesma direcção da viragem e roda energicamente o kayak, utilizando o mesmo impulso para começar a sair pelo outro lado.

Aproveitando o impulso de rotação que tens, inicia um apoio circular enquanto estiveres de cabeça para baixo...

Em vez de sair com um apoio, sair com uma forte pagaiada para a frente.

Continua a pagaiada até a pá estar na popa já totalmente erguido e com o tronco inclinado sobre a coberta da popa...

Inclina-te imediatamente para a frente e efectua uma pagaiada no lado contrário. Se fizeste tudo correctamente e uma vez concluída a esquimotagem estarás ainda movendo-te em linha recta para a frente.

Na esquimotagem dinâmica não existe descontinuidade entre a pagaiada-volta-recuperação-varrimento e apoio. Trata-se de um único movimento fluido e a sua execução completa não levará mais de três segundos.

Esquimotagem retardada:

A única diferença entre este tipo de esquimotagem e a esquimotagem "normal" é o ritmo.
Na esquimotagem "normal" iniciamos o movimento ao mesmo tempo que a pá de ataque sai da água e viramos o kayak. Na esquimotagem retardada iniciamos a manobra e esperamos uns instantes até que as condições da água estejam favoráveis… e então voltamos o kayak. A esquimotagem retardada é a mais indicada para os rolos, sucessão de ondas e locais de "playboating". Por exemplo, se virarmos num rolo, geralmente é preferível permanecer de cabeça para baixo até sair da corrente de retorno. Uma vez em águas menos oxigenadas (o que significa sem bolhas), proceder-se-á à viragem do kayak.

Esquimotagem nas ondas:

Em grandes ondas de mar ou numa sucessão de ondas interessa-nos esquimotar sobre a parede das costas da onda para obter estabilidade e estar preparados para efectuar o apoio no momento de alcançar a crista.

Esquimotagem na corrente:

Outra vantagem da esquimotagem retardada é que não necessitamos de nos preocupar em esquimotar só para o lado descendente da corrente. Se voltarmos numa corrente rápida e tentarmos esquimotar imediatamente no sentido contrário à corrente, a corrente descendente "agarrará" a pá de ataque e empurrá-la-á para baixo... e a ti logo a seguir!...

...mas se retardares a viragem depois de ter voltado, tu e o teu kayak, adoptarão a mesma velocidade da corrente, momento no qual poderás esquimotar com toda a facilidade para o lado contrário ao da corrente!

Para além de toda esta breve explicação, poderás consultar o seguinte site, onde estão uns videos demonstrativos desta técnica, talvez os melhores que já encontrei na internet. Estes vídeos são nada mais que explicações de esquimotagem (mesmo falado, mas em inglês) e com boa qualidade de vídeo.

http://www.exchile.com/KayakSchoolRollIdentifier.htm

segunda-feira, agosto 21, 2006

As primeiras pagaiadas!


O inicio da minha actividade canoista, começou com um desejo que já vinha desde há muitos anos. Não foi possível na sequência de alguns impedimentos e indisponibilidades. No entanto, surgiu a idéia de avançar e achei que seria a altura oportuna de lutar por tão desejado hobby. Foi no inicio do Verão de 2004 que começou esta nova aventura. Parti então, para a escolha da minha primeira embarcação. Levou-me algum tempo. Os conhecimentos acerca de kayak's não eram nenhuns e muito menos dos kayaks de Águas Bravas, (que nem sequer conhecia) que é o que actualmente pratico, pelo que, depois de muito investigar e pesquisar na net, ainda não sabia muito bem a embarcação que escolher. Dadas as circunstâncias relativas à minha localização geográfica, e dos recursos existentes na minha região, acabei por comprar um "Rotomod Cadence". Uma embarcação boa para a iniciação. Foi com ela que comecei a dar as primeiras pagaiadas numa barragem próxima da minha residência (Barragem da Marateca). E foi aí que aprendi algumas coisas, tais como, controlar a direcção do kayak, que de princípio era um bocado difícil. Num dos dias de treino encontrei mais um aficionado (Luís Quilhó) nesta barragem, que até hoje me tem acompanhado nas várias descidas. Parece que não, mas foi uma motivação para eu continuar. Depressa percebi que não era este tipo de canoagem (passear em barragens) que queria, e desde então parti à descoberta das ditas "Águas Bravas". E foi graças ao site mais famoso de canoagem em Portugal, o "Canoagem . Online" (http://www.canoagem.online.pt/docs/default.asp), onde descobri quem me pudesse aconselhar, e a quem agradeço, especialmente ao Raúl Estrela e Artur Matos da Nabância (http://www.nabancia.org/), que foram incansáveis e sempre disponíveis para ajudar.
Foi no II Encontro de S. Martinho, no Alto Mondego no dia 6 de Novembro de 2004, organizado pela Kompanhia-das-Águas (http://kompanhia-das-aguas.planetaclix.pt/PAGINA-1.index.htm) que me extriei nas Águas Bravas (com experiência zero). A descida foi feita num kayak Prijon que nem sei qual o modelo, cedido pela Nabância, uma vez que já tinha vendido o meu 1.º kayak e andava a sondar o próximo modelo a comprar. A experiência foi boa e positiva, na medida que se firmou a minha vontade em apostar nesta actividade desportiva. O kayak que comprei de seguida, não foi efectivamente o desejado, mas dadas as condições financeiras a aquisição recaiu sobre o Speedo da marca Eskimo (uma versão económica). O kayak que sempre desejei comprar foi o Salto da Eskimo, aquele que achei talvez o ideal para descidas de rios, que mais tarde acabei por adquirir. A seguir à 1.ª descida seguiram-se muitas outras, que me têm proporcionado momentos inesquecíveis, e não esquecendo de referir, a sempre boa companhia e camaradagem entre os canoístas desta vertente.